No passado dia 31 de Janeiro, tiveram início as comemorações do Primeiro Centenário da Implantação da República Portuguesa.
Para coordenar as numerosas iniciativas que, nos próximos meses, serão levadas a cabo por diversas instituições, um pouco por todo o país, foi criada a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, nomeada pelo Presidente da República, sob proposta do Governo.
Conforme se pode ler na apresentação do site oficial, criado por aquela Comissão:
“A passagem, em 2010, de um século sobre a implantação da República Portuguesa, é uma ocasião para evocar as principais aspirações das gerações que se empenharam em promover e realizar as grandes causas da participação e do desenvolvimento do País.”
Afigura-se, assim, uma boa oportunidade para conhecermos um pouco melhor as razões históricas desta mudança, bem como o próprio ideário republicano.
Seria interessante tentarmos perceber o que desse ideário, efectivamente, se cumpriu na prática política, quer nos anos que se sucederam à Implantação da República (por exemplo a implementação do registo civil obrigatório, logo em 1911), quer desde então, até aos nossos dias (por exemplo, no plano da participação política, o sufrágio universal só se alcançou com o 25 de Abril de 1974)... E obviamente, não esquecendo, o que estará ainda por cumprir… Por exemplo: Não estará hoje mais actual do que nunca, o princípio republicano que defende a necessidade de colocar o interesse comum acima dos interesses individuais ou de apenas alguns? Princípio este, que se consubstancia na própria palavra "República", ou seja, “Res” + “Pública”, que significa "coisa" que “faz parte do património comum”.